COACH LITERÁRIO

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A TRIBO DOS NOTÍVAGOS

 

"Sem dúvida alguma, 

me sinto muito mais criativo e produtivo 

durante as noite e madrugadas."

          É interessante notar que muitas pessoas têm preferências diferentes em relação ao horário em que são mais produtivas e criativas. Ao contrário da maioria, para algumas pessoas a noite pode ser o momento ideal para se concentrar em atividades criativas e intelectuais, já que o ambiente é geralmente mais tranquilo e silencioso. Além disso, algumas pessoas podem ter um relógio biológico mais voltado para a noite, o que pode torná-las mais alertas e focadas no período noturno. Me identifico completamente com essa turma boa da madrugada.

         Para os notívagos da internet, a escolha de compartilhar conteúdo durante a noite pode ter outras vantagens, além da falta de interrupções. Em alguns nichos há um aumento na atividade online durante a noite, o que pode levar a um maior alcance e engajamento com um conteúdo mais robusto culturalmente. Além disso, os provedores apresentam menos tráfego durante as noite e madrugadas, o que pode ajudar a aumentar a velocidade de navegação e, consequentemente, a visibilidade e alcance de cada compartilhamento.

Mas, essa preferência pelo horário noturno nada tem a ver com o advento da internet e das mídias sociais. Remonta à antiguidade, desde os primórdios da civilização.

Existem muitos exemplos de intelectuais de renome mundial que eram notívagos e preferiam trabalhar e criar durante a noite. Um exemplo é o escritor argentino Jorge Luis Borges, que era conhecido por só trabalhar à noite, muitas vezes indo dormir apenas ao raiar do dia. Borges escreveu muitas de suas obras mais famosas durante essas madrugadas, incluindo "Ficções" e "O Aleph".

O físico britânico Stephen Hawking, que também era conhecido pela sua preferência por trabalhar durante as noites e madrugadas. Hawking dizia que gostava de trabalhar até tarde da madrugada porque era o período em que se sentia com mais energia e que apreciava o silêncio e a ausência de interrupções.

O escritor americano F. Scott Fitzgerald também era um notívago e trabalhava geralmente durante a noite e madrugada, sentado à mesa da cozinha enquanto com sua esposa, Zelda, pintava. Fitzgerald, que escreveu obras como "O Grande Gatsby", usava as noites e madrugadas para trabalhar em seus romances e contos.

        Outros exemplos mostram que o hábito de trabalhar durante as noites e madrugadas não está restrito a um país, região ou cultura específica.

No Brasil, também há artistas notoriamente notívagos, que preferem trabalhar e criar no período noturno. Um exemplo é o escritor Machado de Assis, o bruxo do Cosme Velho, considerado um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Machado era conhecido por trabalhar durante a madrugada, escrevendo até o amanhecer em sua casa naquele bairro do Rio de Janeiro.

Outro exemplo é o músico Tom Jobim, um dos mais importantes compositores brasileiros. Jobim, que escreveu clássicos como "Garota de Ipanema" e "Águas de Março", era conhecido por trabalhar durante as noites e madrugadas, ao piano de sua casa no Rio de Janeiro.

Ainda no âmbito da música, a Bossa-Nova, segundo depoimentos de diversos de seus criadores, sem dúvida alguma foi concebida e nascida nas noites boêmias do Rio de Janeiro.

O humorista, escritor, diretor, autor teatral e apresentador Jô Soares sempre declarou sua preferência por trabalhar durante as noites e madrugadas, nunca indo dormir antes das 4 horas da manhã.

Outro notoriamente notívago é o músico e compositor Caetano Veloso, que em entrevistas já afirmou que tem mais disposição para compor durante a noite.

Outra artista brasileira que se identificava como notívaga é a escritora e roteirista Fernanda Young, falecida em 2019.

Esses exemplos mostram que a escolha de trabalhar e criar durante a noite não é incomum e muito menos novidade oriunda da internet e redes sociais, principalmente em atividades ligadas a arte e a intelectualidade, durante toda a história da humanidade e por todas as regiões do nosso planeta.

Apesar dos estudos neurocientíficos, sobre o sono e nosso ciclo circadiano, apontarem que esse não é um hábito saudável, acredito que o aprofundamento no estudo dos indivíduos notívagos deve encontrar, nos próximos anos, explicações plausíveis para esse fenômeno.

O que me parece é que a opção por uma vida notívaga, na verdade não é uma opção consciente, e sim uma característica orgânica de certos indivíduos que, muitas vezes, sofrem com essa peculiaridade que os fazem terem enormes dificuldades para funcionar no chamado “horário comercial” vigente nas sociedades.

O certo é que, para esses indivíduos, o fato de serem notívagos provou ser uma abordagem eficaz para a produção de trabalhos criativos e intelectuais de altíssima qualidade.

Exemplos é que não faltam.


Edmir Saint-Clair

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