ORIENTADOR LITERÁRIO

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O ENTERRO DA DOR – Poesia

 

Abrir as portas fechadas do tempo,

Do museu dos fantasmas,

Das fotos penduradas, dos instantâneos da dor

Das fraturas expostas que não latejam mais,

Instantes que nunca passaram,

Congelados no espaço escuro.

 

Imagens desbotadas e inúteis

Expostas com suas molduras de pregos,

Que riem das mãos infantis que as esmurram sem parar.

 

O choro é cova profunda, cavada à mão,

Rasgada na carne, é terra cavada a unha,

Tirada no sangue que rega o solo fértil

Cobrindo os rastros da cicatrização

 

Bendita a hora de limpar as mãos,

Remover, das unhas encardidas, a terra cansada

Resquícios de um enterro sem velas,

O início depois do fim,

Vôo leve da alma que conquistou a si.

- Edmir Saint-Clair

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