O avanço da tecnologia, já nos permite observar o cérebro funcionando em tempo real, respondendo a estímulos provocados intencionalmente e alçando as pesquisas neurológicas até patamares impensáveis há apenas poucas décadas.
Através dessas pesquisas, foram desenvolvidas ferramentas como o EMDR, Brainspoting e uma série de novas técnicas terapêuticas que tornaram os tratamentos psicológicos incomparavelmente mais rápidos e eficientes.
Com todos esses recursos, “a coisa toda funciona muito mais rápido” e os resultados são, verdadeiramente, surpreendentes e animadores.
Uma das coisas que considero mais difíceis, no processo terapêutico, é identificar o que realmente sentimos com relação a tudo que faz parte do nosso universo pessoal, onde cada um está enredado até a alma. Essas teias que nos envolvem e, por vezes, nos paralisam, são como nós cegos muito difíceis de desatar.
Nas
ocasiões em que afloram, essas marcas traumáticas tem a capacidade de nos tirar
o chão, de nos desestabilizar e de causar grande sofrimento.
Através
das técnicas psicoterapêuticas, é possível tornar todo o processo de cura mais
eficiente quando conseguimos identificar, com objetividade, cada sentimento
despertado por aquele gatinho.
Nomeá-los
em voz alta é uma forma eficiente de encará-los e, a partir daí, promover uma
dessensibilização e um reprocessamento das reações e emoções advindas daquele
nó.
Para
isso, desenvolvi uma forma pessoal de pegar minhas defesas psicológicas
desprevenidas e, assim, conseguir respostas mais profundas.
Um
diálogo interno em voz alta, disfarçado de brincadeira de criança: um programa
de entrevista, comigo mesmo...
Pode
parecer infantil, mas isso é um valor a mais, já que nossa criança esconde
muitas respostas.
Brincar
sempre traz leveza a qualquer ação, ainda mais quando lidamos com nossos
espaços obscuros.
Começo
a brincadeira elaborando as perguntas o mais objetivamente que conseguir, com
foco total no assunto escolhido, no nó, específico, que desejo desatar.
Crio
Perguntas diretas, incisivas, íntimas, pessoais e intransferíveis.
Perguntas tão invasivas que só poderíamos
fazer a nós mesmos.
Quando
formulo as perguntas, meu pensamento é unicamente impactar meu entrevistado,
sendo invasivo e indiscreto, com crueza e malícia nas perguntas. Não penso nas
respostas, penso só nas perguntas. O objetivo é claro e transparente: descobrir
o que sinto sobre a lembrança em foco.
As
respostas, por vezes, são de uma obviedade até sem graça, mas outras são
surpreendentes, descubro coisas incríveis. Do choro ao riso, vou me descobrindo
de uma forma cada vez mais leve e profunda.
É
o meu programa do Jô, onde eu sou tudo, o Jô Soares, o Derico, o Bira e,
principalmente, o maior astro daquela entrevista: eu mesmo.
Lembro
de ter lido uma postagem no Facebook muito bem-humorada e inteligente, que tem
muito a ver com esse meu programa do Jô: “Quando for falar mal de mim, me chame.
Sei coisas terríveis a meu respeito. ”
É
exatamente isso. Com a garantia extra de total confidencialidade, que só você
pode se dar.
Experimente,
se conhecer pode ser uma brincadeira deliciosa e, com certeza, vai mudar sua
vida.
- Edmir Saint-Clair
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