COACH LITERÁRIO

O ORIENTADOR LITERÁRIO é um profissional que acompanha, ensina e participa de todo processo de criação de um livro. Um profissional técnico, especializado em criação, um professor de escrita e um parceiro, ao mesmo tempo. Experimente, é terapêutico e libertador. Perpetue as histórias que só você tem para contar.

A CARA DO BRASIL

 

O Brasil é um país de mal educados, não temos boas escolas nem um bom modelo educacional, as que temos não dão conta da demanda e, consequentemente, a multidão de ignorantes e analfabetos funcionais aumenta diariamente em progressão geométrica, há décadas. Somos um povo que, por esse motivos é muito fácil de ser enganado e conduzido por qualquer charlatão um pouco mais articulado.

Nada disso que vemos hoje é novidade. Nada.

A diferença, atualmente, é que, graças à internet, estamos descobrindo que a sujeira é ainda muito maior do que qualquer um poderia imaginar. Alastrou-se por todos os cantos do país. Capilarizou por todo e qualquer aspecto da vida nacional. Todo brasileiro se tornou um corrupto em potencial.

O descaramento dos políticos, de todos os partidos, é uma coisa inacreditável! Dá vontade de dar um soco na cara de cada um.

A população, em sua maioria, está atordoada sem saber o que pensar a respeito da quantidade enorme de denúncias que se sucedem diariamente há décadas, Ininterruptamente.

Uma quantidade tão gigantesca de informações e contra-informações que é impossível de ser processada por grande parte da população.

Menos ainda por aqueles que não tem o esclarecimento básico mínimo (educação formal) para compreender onde, aqueles fatos, impactam na sua vida diária.

Nosso povo sequer tem a capacidade de entender onde, quando e como está sendo roubado.

Enquanto a desonestidade se sofisticou e se informatizou com as mais modernas tecnologias para desvio de verbas, lavagem de dinheiro e derivados, o povo vem emburrecendo em igual proporção e ladeira abaixo. Um completo paraíso para corruptos e desonestos de toda ordem.

Rachadinha, propina, caixa dois, superfaturamento e mais uma dezena de nomes para designar uma coisa só: roubo!

E, que ninguém venha dizer que é furto, apropriação indébita ou qualquer outro termo que só alguns entendem. Ninguém está interessado em definições técnicas, deixemos isso para os advogados e promotores.

Se querem realmente que todos entendam o que está acontecendo é necessário desenvolver uma comunicação jornalística e social à altura do vocabulário do brasileiro médio, que é paupérrimo, restrito a algumas centenas de palavras. Grande parte se trata de analfabetos funcionais.

O déficit educacional do país é gigantesco. A dívida social, nesse setor, que todos os mandatários, em todos os níveis e em todos os tempos, tem com o povo brasileiro, é impagável!

Hoje, choramos por não termos dado ouvidos às grandes mentes nacionais que sempre afirmaram que só uma educação de qualidade tiraria o país de um destino de república de bananas. Hoje, somos formados e diplomados em bananices. As redes sociais são um desfile de imbecilidades e absurdos de todas as ordens imagináveis.

Principalmente, por não termos dado a devida importância às palavras de Darcy Ribeiro, Rubem Alves e tantos outros educadores brasileiros que tanto nos alertaram para essa tragédia anunciada.

É triste constatar como custou, custa e continuará custando caro, ao país, negar aos jovens uma educação com uma qualidade mínima que os permita entender a própria vida e o funcionamento de seu país.

O Brasil está num estágio tão confuso e perdido que se faz necessária a dedicação de todos na busca de novos caminhos. Porque não precisamos de um só caminho. Precisamos de muitos e em muitas direções. Todos os brasileiros estão sem direção no momento. É preciso contar com o valor de cada um, buscando soluções possíveis e personalizadas, regionalizadas e adaptadas a cada realidade regional. É preciso repensar tudo.

É tanta mentira, tanta desonestidade, por todos os lados de nossa vida cotidiana que não é exagero falar que todo brasileiro está se sentindo devedor, nesse momento, de sua própria consciência.

Ficou claro que a complacência excessiva e a aceitação de, aparentemente pequenas, deturpações do tipo “levar vantagem em tudo” ou o tal do “Jeitinho brasileiro”,  foram se degenerando e se alastrou  para todas as camadas da população, indistintamente. Uma decadência moral invisível e lenta que, como bola de neve, foi acelerando e ganhando cada vez mais volume até se tornar uma catástrofe, arrasando tudo pela frente.

Nos faltam crença e confiança em nós mesmos. 

Fomos enganados e, também, já enganamos demais. E, todos sabemos disso.  Estamos envergonhados de quem elegemos para nos representar. Estamos envergonhados do que nos tornamos como povo. Uma nação que dá um passo para frente e dois para trás. Estamos exaustos com os acontecimentos dessas últimas décadas.

Não estamos acostumados a lutar. Não lutamos por nossa independência, não lutamos para libertar os escravos, não lutamos para impor a república.  

Agora, estamos vendo como é difícil se construir um país digno e justo esperando que tudo nos seja concedido como benevolência de uma instância superior. Queremos tudo de mão beijada, expressão que, tristemente, serve como luva ainda hoje. A expressão “receber de mão beijada”, tem origem no império, onde quem beijasse a mão e adulasse a nobreza, garantia bons negócios. Desde então, o puxa-saquismo foi institucionalizado no estado brasileiro. Nunca evoluímos.

Um povo com todo esse histórico tão pouco favorável é um prato farto para políticos, sempre mais escolarizados e ardilosos, que impõe suas vontades se utilizando de toda forma de artimanhas inescrupulosas. E, quando não conseguem, nos vencem pelo cansaço ou pelas votações no meio da madrugada, enquanto o país inteiro está com sua atenção voltada para outro foco. Um ardil digno de bandidos. A maioria troca de voto, de partido e até de mãe muito mais fácil do que trocam suas cuecas grandes, já pensadas para serem recheadas com dólares da corrupção assassina que corre solta, num país onde faltam hospitais, escolas e vergonha na cara.

No Brasil não existem partidos políticos, existem quadrilhas que atuam na política para roubar e saciar uma sede doentia de poder e submissão. 

Como no antigo jogo do bicho ou no tráfico de drogas, cada um tem seus pontos de exploração. Empreiteiras, petróleo, exportação de carnes, e, muito provavelmente toda a cadeia produtiva nacional é fatiada. E, quem não participa dos esquemas está acabado. Muitos dos empresários presos na lava jato não tiveram muita escolha. Ou alguém tem dúvida disso?

Nesse ambiente completamente prostituído e corrompido quem não entra na dança está fora da festa...

Essas práticas se repetem em todos os níveis da vida brasileira. Uns achacando outros quando podem. Governadores, prefeitos, juízes, Fiscais, superintendentes, diretores, gerentes...

Todos achacando e despejando seus recalques em quem vem logo abaixo hierarquicamente. 

E, assim, estamos construindo um país muito feio. Feio demais.

- Edmir Saint-Clair

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