Por todos os lados a figura do pai ideal vende tudo que é possível e desnecessário. Não para o pai de carne e osso, com seus jeitos, manias e chatices, mas para aquele que o imaginário coletivo cria para preencher as carências comuns a todo ser humano.
Esse é tipo um pai herói, que aparece na hora certa para dar um conselho, para mostrar o caminho. É o amigo que a gente sempre quis, o ombro que a gente precisa. Ele não tem rosto, não tem nome, mas está sempre ali, nas histórias que a gente ouve.
É a voz que fala baixinho na nossa mente, o abraço que esquenta a alma, mesmo quando ele não está por perto. Esse pai que a gente imagina, sem as chatices do dia a dia, é a cara do que a gente busca: um guia, um protetor além do bem e do mal. Ele nos dá força para sonhar alto, para ir além, e perdoa a gente sem fazer drama.
No final das contas, a gente descobre que essa figura inventada não existe.
O Dia dos Pais, é o dia em que a gente se dá conta de toda essa mitificação a qual a figura paterna é submetida. E como o pai ideal não existe. Mas, o nosso pai existe, com todos os defeitos e qualidades de todos os outros seres humanos.
Essa percepção faz com que uma onda de ternura e compreensão nos invada. Um amor diferente, humano. Um amor entre pai e filho. Único e Verdadeiro.
Edmir Saint-Clair