Sempre
estivemos presos, sempre cada um em si
Faz
parte da nossa história
Presos
às imagens, rótulos, marcas da futilidade
Da
vida baldia que foge de si
Da
inutilidade que não faz sentido, do que não tem alma
Aconchego
real são os outros, abraços trocados
São
toques, são risos, são cheiros,
É
o calor de janeiro bronzeado na pele
São
muitas coisas ao mesmo tempo
Multiplicando o tempo em arte
Que
é tudo que nos resta fazer
Porque
o resto é o nada mais
O
nada, a única coisa na qual nos transformaremos
É
isso que o tempo nos joga de volta na cara
Nós
mesmos, mal passados, atados, marcados
Como
os dedos do tapa que nunca mais sai
Que
entranha, esculpindo sulcos na dura face
Expondo
a fina arte que só o tempo é capaz inventar.
– Edmir Saint-Clair