Uma relação leve e espontânea parecia estar surgindo e ela não queria acelerar aquela evolução que acontecia tão naturalmente. Era gostoso e divertido toda vez que se encontravam, o que estava se tornando cada vez mais frequente. Ela adora a liberdade que a solteirice proporciona. Já fizera a felicidade dos pais, da família, das amigas e a sua própria, realizando o casamento que todos esperavam, inclusive ela mesma. Agora, sentia-se livre.
A separação fora sem
sobressaltos e menos tristeza do que ela imaginava e gostaria. De lá pra cá,
pequenos namoros sazonais a satisfaziam plenamente, acordar ao lado de alguém
tornara-se tão raro quanto indesejado, fazendo com que ela confundisse um pouco
as coisas depois daquele delicioso café da manhã servido na cama.
Mas, deu-se conta que só conseguia sorver
plenamente aquele momento com a leveza da alma que acorda já descobrindo-se desperta,
exatamente pela raridade da ocasião, pela conjunção improvável e aleatória; momentos
que redimem a vida e justificam o caos. Quando a mágica maior acontece.
O momento onde o nosso desejo se encontra com a gente e se realiza com a cumplicidade de alguém especial. Uma comunhão de tudo.
É preciso aprender a perceber quando a vida está dando certo e acertando em cheio.
É preciso saber se sentir feliz no momento em que a felicidade está acontecendo. É indescritível. E raro.
Edmir Saint-Clair