por uma espécie de paralisia, agoniante e insuportável.
É como naquela brincadeira de criança que, de repente, alguém grita “estátua” e todo mundo tem que parar na posição que estiver. Ninguém se mexe. A gente pensa, mexe os olhos, respira, mas não se mexe.
São muitas idéias, muitos projetos e uma falta total de ação. Uma impossibilidade física de produzir, mesmo com toda a matéria prima pronta, organizada na cabeça e energia saindo pelo ladrão. Falta aquele clique que desencadeia o desenrolar dos acontecimentos. Mas, não clicamos. Adiamos. Não dá trabalho algum, mas não clicamos. Não agimos, não fazemos o que temos e queremos fazer.
A ansiedade aumenta, o bolo no peito sufoca, porque falta-nos a ação. Como se o
nosso corpo não obedecesse ao comando. Uma agonia perturbadora que pode chegar a extremos.
O
cobrança por alto desempenho tem nos levado a quadros de ansiedade capazes de nos tirar o impulso de agir até mesmo para buscar ajuda . Além da cobrança do mercado de
trabalho temos, mais importante do que essa, a nossa própria cobrança interna, não raro, ainda mais cruel.
Esse compromisso compulsório com algo que nem sabemos direito o que é, está presente o tempo inteiro, diariamente, em todos os campos de atuação, nos fazendo adoecer e causando, muitas vezes, distúrbios incapacitantes. A ansiedade paralisante é apenas uma delas.
Gera uma inquietação onipresente e oculta, que sempre tem como subproduto cumulativo as crenças negativas sobre si mesmo, que subtraem porções significativas de nossa qualidade de vida e saúde, a cada minuto.
Não existe um motivo evidente que, por si só, justifique o estado permanente de tensão. Mas, ele está lá, atrapalhando, incomodando e, às vezes, paralisando. Uns dizem que é medo do sucesso, outros que é medo do fracasso. E, por aí, se desenvolvem milhares de teorias que vendem como água no deserto, sob a forma de literatura de autoajuda.
O compromisso com o desempenho, em todos os aspectos, que nos é imposto por todos os lados reais e virtuais, é algo terrível que pode nos empurrar para uma vida muito pesada e difícil.
Precisamos deixar de lado essa cobrança cruel e desumana que a "sociedade", essa entidade fantasmagórica que age nas sombras dos nossos próprios pensamentos, nos impõe.
Quanto menor nosso autoconhecimento maior será essa influência negativa, se manifestando nas várias formas desse transtorno paralisante. Ele pode chegar a níveis literalmente insuportáveis. Por vezes, até respirar fica difícil.
Quanto maior nosso autoconhecimento, autoestima, ferramentas psicológicas aprendidas e nossa rede de apoio humano, menos esse condicionamento social cruel e determinante nos influenciará.
Ainda
bem que vivemos em tempos onde as terapias oferecidas pela neuro-psicologia já
nos oferecem recursos para transformar toda essa agonia e ansiedade em
crescimento, evolução e qualidade de vida.
A boa notícia é que existe saída.