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ORCAS SELVAGENS OFERECEM COMIDA A HUMANOS

 

        Orcas selvagens oferecendo comida a humanos é um comportamento que cativou cientistas e entusiastas de animais, revelando um lado desses predadores de topo que é ao mesmo tempo curioso e inesperadamente generoso. Nas últimas duas décadas, pesquisadores documentaram pelo menos 34 encontros em oceanos, incluindo o Pacífico Norte, o Atlântico Norte e o Hemisfério Sul, nos quais orcas apresentaram aos humanos presentes que variavam de peixes e algas a águas-vivas, pássaros mortos e até focas. Em muitos casos, as baleias não simplesmente abandonaram a oferta; elas permaneceram por perto, observando atentamente como se estivessem esperando uma resposta, sugerindo uma forma rara de "altruísmo generalizado" ou uma interação exploratória com humanos.

Nem todas as populações de orcas se envolvem nesse comportamento—aqueles que caçam perto da superfície e dependem da visão são muito mais propensos a se aproximar das pessoas, enquanto caçadores de águas profundas que utilizam ecolocalização não foram observados fazendo isso. Essas interações parecem refletir o compartilhamento social de alimentos observado dentro dos grupos de orcas, sugerindo uma compreensão sofisticada de dar e receber, mesmo entre espécies diferentes. No entanto, os cientistas alertam que tais encontros não devem ser incentivados. Orcas são animais selvagens e poderosos, e a interação próxima traz riscos tanto para os humanos quanto para as próprias baleias. Observar a uma distância segura permite que as pessoas apreciem a notável inteligência e complexidade social das orcas sem perturbar seu comportamento natural.

Essas trocas extraordinárias, nas quais os caçadores mais habilidosos do oceano estendem ofertas inesperadas, desafiam nossas suposições sobre a divisão entre humanos e animais selvagens, revelando um vislumbre de conexão, curiosidade e generosidade que transcende espécies. Elas nos lembram que, mesmo na vastidão do oceano, laços de consciência e interação podem se formar, iluminando as mentes sutis de criaturas há muito admiradas por seu poder e majestade.

A DOIS

 


            Não é preciso muito para que o mundo se acomode. Um, mergulhado nas páginas de um livro, o outro viajando pela internet, sem pressa. Não há cobrança, apenas um silêncio que não pesa. Um silêncio amigo, tecido de respirações, de olhares cúmplices que se encontram sem pedir licença e se dizem mais do que qualquer frase feita.

O bem-estar verdadeiro de um casal não nasce apenas das grandes viagens ou dos planos elaborados, mas de um cotidiano manso que nos devolve a sensação de pertencimento, de lar, de aconchego. Um domingo à tarde, quando o tempo se estica preguiçoso, pode ser mais pleno que uma festa. Porque há cumplicidade no simples ato de estar juntos sob o mesmo teto.

E quando a noite chega e as palavras e as ideias resolvem brincar de madrugada, não há quem queira dormir cedo. A conversa corre solta, vai e volta, tropeça em lembranças, inventa futuros e acha graça de tudo. O coração se enche dessa leveza rara: a de saber que, entre risadas e confidências, ou mesmo no silêncio, a vida encontra sentido.

Não é o que se diz, é o que se sente. Não é a festa, é a casa. Não é o barulho, é o eco de duas almas que se aconchegam para descansar uma na outra.

Edmir Saint-Clair